Vejo que todos os dias a vida não se orienta,
Busco coisas boas do passado,
E maldade que me enfrenta,
O presente é tão duro,
Ou quão fácil é,
Sinto-me um ilustre boneco neste mundo,
Ou uma espécie guardada por Noé.
Vejo os passos de cada pessoa,
Vejo um passear de medo,
Com medo da sua própria sombra,
O que é real é o que se esconde em cada pensamento,
Em que a vida anda a deriva num pesadelo,
É um sonho maldoso,
Ser sonhador do medo.
Vejo olhares impávidos,
Tristes no dia-a-dia,
Provocados por dias apáticos,
E tudo menos divertidos,
Em que sonham e não o conseguem ser,
Apenas foram sonhadores do triste presente.
O homem luta,
E perde o seu alento,
Vendo a sua vida cortada,
Em redor do pensamento,
A vida ilustre com que sonhava,
É o ferir dum instrumento,
A vida queria conquistar,
Com o seu pequeno talento.
Tens medo de chorar?
Eu choro,
Porque chorar é humano,
E dizer que choro é um talento,
Porque as lágrimas que derramo,
São o orgulho desde que eu era pequeno.
A vida não morre,
Apenas os teus sentimentos,
O teu pensamento descobre,
Que se viveres a vida serás forte,
E vencerás todos os teus tormentos.